maldito transgressor

maldito transgressor
A hipnose é tão aconchegante...
O costume a inércia...
A responsabilidade em ser inteiro adormecida...
A verdade miando lá fora na chuva...
A Televisão que faz o tempo passar tão rápido e confortável...

Não ouço mais os gritos seus
Não ouço mais os gritos meus
Não ouço mais os gritos
Não ouço mais
Não ouço
Não
Ñ
~

HAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Pa Ra Da - Miloud Oukili





O premiadíssimo e elogiado Pa Ra Da.

Miloud Oukili é um palhaço franco-argelino que chega a Budapeste em 1992 para trabalhar em hospitais. Mas ele conhece garotos que moram nos esgotos e decide que vai ficar com eles e ajudá-los. Com seu carisma, ele mergulha nesse mundo e faz o possível para mostrar que ainda há esperanças e que uma outra vida é possível.

Filme baseado na história real de Miloud Oukili, ganhou um prêmio no Festival de Cinema de Veneza.

Um anjo vestido de palhaço, disposto a fazer a diferença!


Ano de Produção: 2008
País de origem: Itália/França/Romênia
Gênero: Drama
Duração: 94
Direção: Marco Pontecorvo.
Elenco: Jalil Lespert, Evita Ciri, Daniele Formica, Gabriel Rauta, Patrice Juiff, Bruno A. Kremer, Robert Valeanu, Cristina Nita, Liviu Bituc, Florin Precup, Andreea Perminov, Iulian Bucur.


Miloud Oukili






Clowns da peste! por Tiago Gonçalves

"Discutimos a potência do riso. A possibilidade de reconstruir, por meio do humor, a realidade atual. Trabalhar a sociedade para encarar o riso como forma de lidar com seus problemas."
Francis Lebarbier



Dentro ou fora da lona, o real tende a copiar o fantástico. Ou seria ao contrário? No caso dos clowns: o argelino Hugues Roche e o francês Francis Lebarbier, fanfarrões da La Compagnie Matapeste ou simplesmente Les Matapeste; a ordem dos fatores não altera as gargalhadas. Mesmo assim, a personalidade de cada um dos dois está, em certos momentos, ligada à essência do tipo de clown que executam.

Lebarbier, de 53 anos, intérprete de Charles Matapeste, se mostra tímido fora do palco. De palavras comedidas, feito criança no castigo, é a personificação do Clown Branco (palhaço sutil e requintado), um tanto melancólico. Do lado extremo, Roche, de 59 anos, o pai de Félix Matapeste, é o piadista da dupla. Sempre com uma gag na ponta da língua, guarda na casaca do temperamento características dignas do bom e velho Augusto (o palhaço extrovertido), entre elas o escracho.

Essa dicotomia clownesca pôde ser atestada durante o bate-papo da reportagem do Caderno C com os clowns, seja no camarim do Sesc-Campinas antes da apresentação de Noces do Clowns (do francês Bodas de Palhaços) ou no hall de entrada do Royal Palm Plaza, onde ficaram hospedados durante a temporada em Campinas, no começo de outubro de 2009.

A passagem de Les Matapeste (www.clownsmatapeste.com) pela cidade, durante a 12ª Semana Francesa de Campinas, e por outras cidades do País, vem ao encontro das comemorações do Ano da França no Brasil. A seguir, trechos da entrevista, que se configura mais como um papo amistoso entre este repórter, um aficionado por circo, e dois representantes do riso, do que qualquer outra coisa mais formal.

Agência Anhanguera — Les Matapeste não são de origem circense. Portanto, quais são suas primeiras referências de palhaço?

Hugues Roche — Sou de uma geração na qual o circo era bem tradicional e muito forte na França. Lembro de assistir às quintas-feiras na televisão um programa com clowns. Foi muito engraçado: anos depois que comecei a trabalhar como clown me lembrei de um fato na escola, quando eu tinha nove anos. A professora fez uma pergunta à classe: o que vocês gostariam de ser quando crescer? Eu disse: clown. Depois disso, esqueci.

Francis Lebarbier — Zavatta! Achille Zavatta (célebre clown da França). Tenho ele como uma lembrança engraçada de minha infância. Eu ria muito. Mas, nessa época, nunca pensei e nem tinha a pretensão de um dia ser clown. Mas sempre fui o engraçadinho de minha turma, da minha família. Desde os sete anos, já tinha uma disposição a fazer os outros rirem.

Mesmo não alimentando o mesmo sonho profissional, como que Hugues e Francis se encontram?

Lebarbier — Num grupo de teatro amador...

Roche — ...que levava o nome do bairro onde ensaiávamos, o Clos Bouchet, em Niort. Na época, estava com 26 anos...

Lebarbier — ...e eu com 17 anos. Na verdade, comecei a fazer teatro no colégio, a partir de 11 anos. Depois dos estudos, entrei para o teatro amador...

Roche — Eu era uma pessoa tímida, introspectiva. Eu precisar colocar para fora tudo o que eu tinha guardado dentro de mim. Já fazia teatro no meu dia a dia, mas não sabia até que chegou o momento de ir para o palco. Na primeira vez que fiz teatro, percebi que era a minha vocação.

Qual linguagem teatral permeava os espetáculos do grupo amador. Já havia uma queda pela graça?

Roche — Sim, basicamente humor.

Lebarbier — Estrutura de cabaré com esquetes cômicas envolvendo amor e os absurdos, paródias do cotidiano, caricaturas, marionetes... Misturando tudo isso com poesia e música.

Qual foi a motivação que tocou aquele grupo de teatro amador e o fez se interessar pela máscara do palhaço?

Roche — Em 1978, quando começamos efetivamente a fazê-los, foi justamente numa época de efervescência dos clowns. Foi um momento forte na França de entrada maciça dos espetáculos de clowns nas salas de teatros.

Lebarbier — Nessa época, muitas companhias, como os circos Archaos, Plume e Baroque, passaram a refletir sobre uma nova maneira de encarar o circo. Assimilando tudo isso, resolvemos desfazer o antigo grupo e montar nossa própria companhia.

A partir daí, direcionariam à pesquisa do grupo somente à arte dos clowns?

Roche — No começo, nossa companhia, que era formada basicamente pelas mesmas pessoas do grupo amador, seguiu uma linguagem que desenvolvemos durante um estágio de clowns que fizemos no norte da França. Do resultado desse trabalho, tivemos a oportunidade, dois meses depois da conclusão da oficina, de fazer um espetáculo de Natal usando a máscara do clown.

Lebarbier — Esse estágio foi uma revelação para nós dois. Gostamos daquele contato. Com essa linguagem de clown, percebemos que poderíamos reunir tudo o que a gente gostava e tinha feito, que era poesia, música, humor, absurdo, cabaré... E, com isso, tratar de coisas importantes como carinho, política, filosofia.

No início, o grupo se chamava A Pequena Companhia, mas descobriram que existia na França um grupoteatral já batizado com tal nome. Qual a razão de Les Matapeste?

Lebarbier — Matapeste trata-se de uma contração do Capitão Matamoros, da Commedia Dell’Arte, que era uma pessoa fanfarrona, pretensiosa, sem coragem com...

Roche — ...peste! Ele era uma peste!

Lebarbier — Escolhemos esse nome porque queríamos algo mais próximo de nossa realidade de pesquisa. Foi uma forma também de sintetizar os dois universos dos clowns: eu, como o Branco, e Hugues, como o Augusto.

Roche — Nasceu em 1980 como A Pequena Companhia Matapeste, que virou Companhia Matapeste e, por fim, só Les Matapeste...

De lá até cá, a companhia produziu 25 espetáculos, entre adultos e infantis, palco italiano ou rua. Quantos continuam no repertório?

Roche — Cinco: Clic Cac Les Z’amoureux, Les Matatchékov, a partir de Anton Tchekov; Noces de Clowns, Jonny Berouette e Effroyables Jardins, a partir de Michel Quint.

Lebarbier — Os três primeiros apresentamos no Brasil. Com a ajuda de um músico de Recife, que mora muitos anos na França, fizemos uma versão em português dos espetáculos.

Roche — Não foi muito fácil de se aprender o idioma, mas o português é uma língua muito agradável...

De onde vem a inspiração da companhia em revisitar clássicos da literatura universal assinados por Dante Aligheri, Miguel de Cervantes, Daniel Defoe ou Anton Tchekov?

Roche — Um dia um cenógrafo amigo, lendo A Divina Comédia, de Dante Aligheri, nos propôs uma adaptação. Assim fizemos La Divine Clownerie e foi o primeiro sucesso da nossa companhia. De fato, todas essas histórias, como também Don Juan, Robinson Crusoé e Os Cavaleiros da Távola Redonda, correspondem à nossa maneira de enxergar o clown. Trazem personagens originários da fragilidade ou das contradições humanas, como os clowns, que conduzem o ser humano à razão, à prudência ou à sensatez.

Lebarbier — Nossos clowns interpretam essas grandes histórias com muita sinceridade. Não fazemos paródias. De maneira, alguma! São inspirações.

Após o espetáculo Noces de Clowns, apresentado em Campinas, um palhaço brasileiro embevecido pela tradição europeia do clown quase mudo ficou admirado com o trabalho da dupla, no qual o texto tem papel fundamental. A palavra é íntima dos palhaços franceses?

Lebarbier — A maioria dos clowns franceses tem uma ligação muito forte com o texto. Aliás, tem um livro muito importante na tradição dos clowns da França, o Entradas de Clowns, que traz esquetes cômicas de várias épocas e em todas elas o texto está presente. Sempre há diálogos, ao contrário dos clowns russos, que estão mais ligados à pantomima. Quase não falam.

Roche — Por outro lado, trabalhamos com discípulos de Jacques Lecoq (mímico francês que defendia a mescla entre mímica objetiva e subjetiva), um exímio treinador da arte gestual. Gostamos muito da formação do treinamento de Lecoq relacionada ao bufão, enquanto à do clown e à da Commedia Dell’Arte, não. As achamos muito estereotipadas.


“Em muitos casos, a sociedade precisa do palhaço para recolocar em primeiro plano os verdadeiros valores de solidariedade e de compartilhamento.”
Hugues Roche


Em mais de 30 anos de atividades ininterruptas, Les Matapeste aterissaram em aproximadamente 40 países. Em algum deles, a dupla percebeu certa aversão à arte do clown?

Roche — Sim, mas nunca a ver com determinada cultura ou país e sim com classe econômica. Ao acreditar piamente em certezas pré-concebidas e não abrir mão delas por nada; o público da grande ou pequena burguesia não aceita a imagem do homem frágil e contraditório que tanto defendemos. O humor questiona as normas da sociedade, exclusivamente as que levam o indivíduo a negar seus desejos e fragilidades, e esse tipo de plateia não gosta.

A partir dessa consideração, vocês dividem a opinião de que a graça do palhaço não serve simplesmente para entreter?

Roche — O humor sobre si mesmo é compartilhado por todas as culturas e sob formas distintas: ao mesmo tempo em que toca em aspectos humanos como desejos de riqueza e poder ou normalidade; ele também atua no sentido inverso, o da submissão ou do fato da pessoa se passar por vítima. Em muitos casos, a sociedade precisa do clown para recolocar em primeiro plano os verdadeiros valores de solidariedade e de compartilhamento.

Lebarbier — Graças à força envolvente do riso, do sonho, da poesia, da imaginação e, também, do questionamento da ordem estabelecida, o clown se torna a grande figura de nossa sociedade.

Les Matapeste estão em turnê pela primeira vez no Brasil. Qual avaliação da dupla sobre a plateia brasileira?

Roche — As reações com nossas piadas são encontradas no mundo inteiro, mas no Brasil percebemos que o público gosta muito mais de participar dos espetáculos. Isso foi uma particularidade que encontramos muito em nossa turnê pelo País. Quando convidamos pessoas para subirem ao palco ou nos ajudar na trama, geralmente os espectadores morrem de vergonha. No Brasil, isso não acontece. As pessoas encarnam logo o personagem.

Lebarbier — Às vezes, temos que parar e agradecer a participação, porque senão eles querem continuar. Em Campinas, por exemplo, escolhi um senhor para ser um doutor no espetáculo Les Matatchékov e ele entrou de corpo e alma no personagem. Não queria ir embora...

A dupla conhece ou já teve a oportunidade de trabalhar com algum clown brasileiro?

Roche — Não.

Lebarbier — Não conhecemos...

Roche — Mas sabemos que há muitos clowns bons no Brasil. Infelizmente, nunca recebemos um brasileiro no encontro mundial de clowns que realizamos.

Apesar de configurar como a reunião de clowns de várias partes do mundo, o encontro Le Très Grand Conseil Mundial des Clowns, organizado por vocês, não é simplesmente uma vitrine artística para essa linguagem. Conte um pouco do propósito desse evento.

Lebarbier — Não é realmente um festival e sim um conselho, que se reúne a cada dois anos para falar e discutir problemas que existem no mundo. Nós convidamos o máximo de palhaços das mais possíveis nacionalidades e que utilizam a linguagem do clown de inúmeras maneiras...

Roche — ... para trabalharmos juntos cenas e organizarmos assembleias, que atuam tanto na vertente artística quanto na social e política. Estamos na quarta edição.

Lebarbier — Discutimos a potência do riso. A possibilidade de reconstruir, por meio do humor, a realidade atual. Trabalhar a sociedade para encarar o riso como forma de lidar com seus problemas. O festival aconteceu em junho desse ano e dois clowns, por exemplo, trabalharam a crise mundial. Cada um tinha uma solução para tentar, à sua maneira, solucionar esse problema.

Roche — Foram soluções de clowns...

(Publicado in Correio Popular - Caderno C, outubro/2009, p.08)

Não me canso de recomendar esse incrível site: circonteudo.com.br

Bello Nock - O palhaço equilibrista.

Palhaço nova-iorquino desafia a gravidade a 30 metros do chão

Bello Nock passou de um prédio a outro se equilibrando em um cabo de aço, no Lincoln Center Plaza



O número não é original, mas ainda impressiona. O palhaço Bello Nock atravessou um praça de Nova York, se equilibrando em um cabo de aço, a 30 metros de altura.




Nock, que já foi considerado o melhor palhaço dos EUA pela revista Time, em 2001, percorreu a distância de 205 metros, em pouco mais de meia hora



"Para mim, é tão simples... que a vida deve ser vivida perigosamente. É preciso exercitar a rebelião. Recusar-se a ficar preso a regras. Recusar o próprio sucesso. Recusar a se repetir. Ver cada dia, cada ano, cada ideia como um verdadeiro desafio. E então você vai viver na corda bamba". Philippe Petit

Em 7 de agosto de 1974, o jovem francês Philippe Petit andou durante uma hora sobre um cabo de ferro suspenso entre as duas torres do World Trade Center.

DIÁRIO DO GASTÃO

Dezembro/ 2010

Comemoração dos 8 anos foi incrível! Eu agradeço! Pelo Cabaré que revelou mais Gastão; Adão, meu mega parceiro com sua generosidade natural me trouxe pra um mundo de "mim mesmo"; Olímpio, um lindo com sua sensibilidade nos trouxe a provocação generosa do risco pra nos reconhecermos; Cizar, amado professor, com sua inteligência de mestre nos mostrou no espelho pra que pudéssemos falar aquilo exatamente que queríamos falar; Manela com seu acolhimento me ensinando a poder errar; Manja meu irmaozão que me ensina ser o que se é dentro e fora de cena; Nando meu Don Quixote que com seu acreditar me ensina a escalar altas torres com um sorriso leve no rosto; Fonseca, sempre com seu olhar de irmão mais velho, quem me abriu a porta dessa que hoje é minha grande família; Agradeço por esse público querido e seus olhos generosos e acolhedores que recebem nossas almas expressas na mais ridícula forma; Agradeço a minha coragem nessa busca de ser o que sou pra poder enxergar o que é meu; Blanche que me ensinou que sou um torto apaixonado e bobo e que pessoas podem gostar de mim por essa minha estranheza; Du porto que não me deixa nunca esquecer o porque mais profundo dessa escolha de vida; Rubra que com um simples olhar me apóia e me estimula tanto; Agradeço essa Roda que é a vida e me ensina tanto a cada dia; Chabilson meu mano que se reinventa tanto e me ensina a querer sempre mais; Emily que ensina o poder de olhar o mais simples; Pelanca que me ensina sua tecnologia social; João Grandão que me ensina a leveza. Agradeço!

09/11/2010
A vida é linda! Muitas coisas boas acontecendo! Jogando viajando, Salvador, Minas, Paraíba, ...  Comemoração dos 8 anos com apresentação de dez espetáculos da Cia já confirmado pra segunda semana de dezembro! A Roda está recebendo olhares externos dos palhaços da Cia e está passando de uma pesquisa de rua para uma peça mesmo. O curso do Ricardo Napoleão incrível, sem palavras. E a conclusão da história é: trabalhar muito, sempre! Não é fácil nos desarmarmos, não é fácil estar no risco, no desequilíbrio, então dalhe trabalho, estudo, pesquisa, experiência, mudanças, novas tentativas, desaprenderes, novidades, reexperimentar,...
Tô amando isso aqui ter virado ponto de visita e pesquisa de palhaços. Assim que puder, vou postar mais coisas, matérias e entrevistas que estou fazendo. Beijos

30/08/2010
Putz, armei uma arapuca pra mim mesmo. Tanta coisa acontecendo que fica difícil atualizar esse diário, mas vou tentando resumir. Uau! Acabou ontem a temporada no Tucarena com uma energia de recriação. É, o Jogando está se recriando, profundamente se recriando. Muito amor pra nós! Fizemos novas rodas de rua, eu e Federa, estamos nos divertindo cada vez mais. Novos passos importantes dos Fantásticos Frenéticos na Casa, instituto psiquiátrico, e um grande interesse da equipe de profissionais em olhar pra linguagem desses palhaços com os pacientes.
Tentei fazer muitos cursos e não consegui fazer nenhum, vou seguir meu velho e bom Ricardo Napoleão até o final do ano com seus ensinamentos que já me transformaram tanto e de resto é trabalhar, aprender com esses lindos amigos que sempre me ensinam MUITO, em cena e fora, e ser feliz, ser leve.


21/06/2010
Estreiamos no Tuca dia 05. Estou me divertindo com esse clima Jogando na Copa. A produção caprichou, temos uns bandeirões de torcidas, bandeiras dos times, uniforme novo e o clima está cada vez mais de estádio. Apareçam!
Informo também que movimentos, agora bem significativos, estão acontecendo pra que, nessa segunda metade do ano, apareçam com força três novos projetos que estou envolvido: tem banda, tem rua e tem palco pintando. Aguardem.



31/05/2010

Esse mês foi incrível! Tivemos Jogando no Quintal em Atibaia, Brasília, São Paulo, Mogi, ... , fizemos as últimas apresentações da temporada no Circo Roda, ensaiamos para a estréia no Tucarena que vai ser dia 5 de Junho, fizemos as fotos pro álbum de figurinhas do Jogando.

Tivemos a honra da participação de Fernandinho Sampaio, o Palhaço Padoca do Circo Zanni.

A saída de rua do Adão e do Gastão esse mês foi dupla, fizemos com o Projeto PraLer uma e a outra já tradicional na praça do Patriarca.

Distendi a panturrilha, fiquei rouco e resfriado.

Tivemos uma Jam session incrível no Instituto A Casa onde atendemos pelo projeto Fantásticos Frenéticos.

Encontrei dois queridos: Dagoberto Feliz e Ricardo Napoleão, tivemos papos deliciosos.

Tá todo mundo ficando mais velho e mudando de casa, as viagens continuam excursões da Oitava C (delícia) e o Olimpio foi pra Roça.

Esse último final de semana fizemos Jogando em Sto André, que público querído, foi uma delícia.

Rubra, Pelanca e Manjericão foram pro Festival Internacional de Circo e tivemos participações mais que especiais do Suiço Loko e Chuck's Man na Banda.

Livro do Jacques Lecoq - LANÇAMENTO!


CHEGA AO BRASIL, COM TRADUÇÃO DE MARCELOS GOMES E PREFÁCIO DE RICARDO NAPOLEÃO, A OBRA DE LECOQ: O CORPO POÉTICO: Uma Pedagogia da Criação Teatral.

Você encontra na Livraria Cultura, Loja SESC, Americanas.com, zura.com.br. 

 



 
O Corpo Poético - Uma Pedagogia da Criação Teatral

Jacques Lecoq sempre é lembrado e reverenciado por ex-alunos, atores, diretores e autores teatrais e até por arquitetos. Mas quem foi ele? Qual foi sua trajetória? Quais foram seus objetivos e ensinamentos? O Corpo Poético - Uma Pedagogia da Criação Teatral , fruto de entrevistas concedidas a Jean_Gabriel Carasso e Jean-Claude Lallias, responde essas questões. Da mimodinâmica à geodramática da máscara neutra aos territórios dramáticos, Jacques Lecoq nos apresenta sua Escola Internacioal de Teatro.

Jacques Lecoq fundou sua escola internacional de teatro em Paris no ano de 1956. Pedagogo atento ao mundo e a seus movimentos, ao que há de universal no teatro, Lecoq constituiu um ponto de referência a partir do qual seus muitos alunos puderam basear-se, descobrir-se, enfim educar-se, respeitados diferenças culturais, história, imaginário, possibilidades e talentos de cada um. Pelo mundo inteiro, antigos alunos atores, diretores de teatro, cenógrafos, autores e até arquitetos sempre fazem referência a seus ensinamentos. De Philippe Avron a Ariane Mnouchkine, de Luc Bondy a Steven Berkoff, de Yasmina Reza a Michel Azama e Alain Gautré, de William Kentridge a Geoffrey Rush, do Footsbarn Travelling Theatre ao Théâtre de la Jacquerie, dos Mummenschantz ao Nada Théâtre de la Complicité... a lista dos influenciados por Lecoq é longa e diversificada. Fruto de numerosas entrevistas concedidas aos organizadores, O corpo poético responde a questões como: quem foi Jacques Lecoq, qual foi sua trajetória, quais são seus objetivos e métodos de ensino, permitindo que acompanhemos sua didática passo a passo.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Clássicos!

Chaplin



Tino Scotti


Harold Lloyd


Buster Keaton


Os três patetas - ( Larry Fine / Curly Howard/ Moe Howard)


Olyver Hardy e Stan Laurel (nascido Arthur Stanley Jefferson) - O Gordo e o Magro.


Irmãos Marx


Giulietta Masina



Ben Turpin



Jackes Tati


Abbott and Costello

domingo, 23 de maio de 2010

Minhas "Sessões da Tarde"

Aqui vai uma postagem que particularmente me deu muitíssimo prazer em fazer porque são as "bobagens" que eu assistia na infância e adolescencia na TV (anos 70/ 80):



Gene Wilder
Gene Wilder (11 de junho de 1933, Milwaukee), nascido Jerome Silberman, é um ator americano.

Gene Wilder ficou conhecido por participar dos filmes do diretor Mel Brooks e atuar em parceria em algumas comédias com o comediante Richard Pryor. Atuou com Harrison Ford no filme O Rabino e O Pistoleiro. Casou-se com a atriz Gilda Radner, que morreu de câncer. Em 2005, Gene Wilder lançou uma autobiografia desde sua infância até a morte de sua esposa, chamada Kiss Me Like A Stranger. Atuou como Willy Wonka na primeira versão do A Fantástica Fábrica de Chocolate em (1971).Em sua carreira, recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, por sua atuação no filme Primavera Para Hitler em 1969 e de Melhor Roteiro Adaptado por O Jovem Frankenstein em 1975. É hoje considerado um dos melhores comediantes de sempre.

Filmografia
Bonnie and Clyde - Uma rajada de balas (BR) (1967)
The Producers - Primavera para Hitler (BR) (1968)
Start the Revolution Without Me - Mercenários num Reino em Chamas (BR) (1970)
Quackser Fortune Has a Cousin in the Bronx (1970)
Willy Wonka & the Chocolate Factory - A fantástica fábrica de chocolate (BR) (1971)
Everything You Always Wanted to Know About Sex (But Were Afraid to Ask) - Tudo que você sempre quis saber sobre sexo, mas tinha medo de perguntar (BR)(1972)
The Scarecrow (1972)
Rhinoceros (1974)
Blazing Saddles - Banzé no Oeste (1974)
The Little Prince - O pequeno príncipe (1974)
Young Frankenstein - Jovem Frankstein (BR) (1974)
The Adventure of Sherlock Holmes' Smarter Brother - O irmão mais esperto de Sherlock Holmes (BR) (1975) (Ator e Diretor)
Silver Streak - O expresso de Chicago (BR) (1976)
The World's Greatest Lover - O maior amante do mundo (BR) (1977) (Ator Diretor escritor e produtor)
The Frisco Kid - O rabino e o pistoleiro (BR) (1979)
Sunday Lovers - Amantes sensuais (BR) (1980) (Ator, Diretor e escritor)
Stir Crazy - Loucos de dar nó (BR) (1980)
Hanky Panky - Hanky Panky: Uma dupla em apuros (1982)
The Woman in Red - A dama de vermelho (BR) (1984) (Ator, Diretor e escritor)
Haunted Honeymoon - Lua-de-mel assombrada (BR) (1986) (Ator, Diretor e escritor)
See No Evil, Hear No Evil - Cegos, surdos e loucos (BR) (1989) (Ator e escritor)
Funny About Love - As coisas engraçadas do amor (BR) (1990)
Another You - Um sem juízo, outro sem razão (1991)
Murder In A Small Town - Crime numa pequena cidade (BR) (1999)
Alice in Wonderland - Alice no país das maravilhas (BR) (1999)
The Lady In Question (1999)











Mel Brooks

Foi o ganhador do Oscar em 1968 pelo filme Primavera para Hitler (que refilmou em 2005), além de diversas outras indicações. Tornou-se conhecido pela produção (em parceria com Buck Henry) da série de TV O Agente 86 (BR), exibida no período de 1965-1970. Sua especialidade é a paródia dos diversos gêneros cinematográficos: depois de satirizar os filmes de agente secreto com o impagável Agente 86 (interpretado por Don Adams), a partir da década de 70 Brooks faria o mesmo com os western (Banzé no Oeste, com um xerife negro), terror (O Jovem Frankenstein e Drácula - morto mas feliz), aventura (A louca louca história de Robin Hood), Suspense (Alta Ansiedade), filmes bíblicos (História do Mundo - parte 1), ficção científica (S.O.S. - Tem um louco solto no espaço) e cinema mudo (A última loucura de Mel Brooks).

Gosta de dirigir um grupo seleto de comediantes, que se repetem em seus filmes, sejam como protagonistas, sejam em participações especiais: (Gene Wilder, Dom DeLuise — que apareceu em 12 filmes de Brooks — Madeline Khan), além de sua esposa Anne Bancroft que trabalhou com ele em Sou ou não sou e A última loucura de Mel Brooks.

Lista de Filmes do cineasta
2005 - Os produtores (The Producers) (voz)
2005 - Robôs (Robots) (voz)
2002 - It's a very merry Muppet Christmas movie (TV)
2000 - Sex, lögner & videovald
1999 - Um convite italiano (Svitati)
1998 - O príncipe do Egito (The Prince of Egypt) (voz)
1995 - Drácula - Morto, mas feliz (Dracula: Dead and Loving It)
1994 - Os batutinhas (The Little Rascals)
1994 - Loucos, birutas e debilóides (Il silenzio dei prosciutti)
1993 - A louca louca história de Robin Hood (Robin Hood: Men in Tights)
1991 - Que droga de vida (Life Stinks)
1990 - Olha quem está falando também (Look Who's Talking Too) (voz)
1987 - S.O.S. - Tem um louco solto no espaço (Spaceballs)
1983 - Sou ou não sou (To Be or Not to Be)
1981 - História do mundo - Parte 1 (History of the World: Part 1)
1979 - The Muppet movie (The Muppet Movie)
1979 - The Muppets go Hollywood (TV)
1977 - Alta ansiedade (High Anxiety)
1976 - A última loucura de Mel Brooks (Silent Movie)
1974 - O jovem Frankenstein (Young Frankenstein) (voz)
1974 - Banzé no oeste (Blazing Saddles)
1970 - Banzé na Rússia (The Twelve Chairs)
1968 - Primavera para Hitler (The Producers)
1965 - Agente 86 (Get Smart)(TV)
1963 - The Critic (voz) (curta-metragem)

Prémios
Ganhou o Óscar de Melhor Argumento Original, por seu trabalho em "The Producers" (1968).
Recebeu uma nomeação ao Óscar, na categoria de Melhor Argumento Adaptado, por seu trabalho em "Young Frankenstein" (1974).
Recebeu uma nomeação ao Óscar, na categoria de Melhor Canção Original, pela canção "Blazing Saddles", de "Blazing saddles" (1974).
Recebeu duas nomeações ao Globo de Ouro, na categoria de Melhor Actor - Comédia/Musical, pelo desempenho em "Silent movie" (1976) e "High anxiety" (1977).
Recebeu uma nomeação ao Globo de Ouro, na categoria de Melhor Argumento, por "The Producers" (1968).
Recebeu uma nomeação ao BAFTA, na categoria de Melhor Argumento, por "Blazing saddles" (1974).
Mel Brooks é uma das poucas pessoas a receberem um Óscar(prêmio de cinema),um Grammy(prêmio de música),um Emmy(prêmio de TV) e um Tony(prêmio de teatro).Todos esses prêmios,os maiores em sua categoria:Cinema, Música, TV e Teatro.











Don Adams

Donald James Yarmy, mais conhecido como Don Adams (Nova Iorque, 13 de abril de 1923 — Los Angeles, 25 de setembro de 2005), foi um comediante e ator norte-americano.

Biografia
Filho[1] de judeu-húngaro que gerenciava uma pequena rede de restaurantes no bairro do Bronx, o jovem Don gostava de faltar às aulas para ir ao cinema. O sobrenome Adams ele aproveitou do casamento com sua primeira esposa, Adelaide Adams, pois seu último nome não o ajudava muito e as audições eram feitas sempre pela ordem alfabética.

Criou fama como protagonista[2] da série de comédia norte-americana Get Smart, como o personagem Maxwell Smart, o trapalhão agente 86, nome pelo qual a série era conhecida no Brasil. Causou sucesso estrondoso, rendendo-lhe várias indicações a prêmios como o Globo de Ouro e o Emmy, sendo que, nesse último, ganhou três vezes consecutivas na categoria de melhor ator de séries cômicas. A série foi exibida de 1965 a 1969 pela NBC e teve mais uma temporada em 1970 pela ABC. Fazia-lhe par, na série, a agente 99, interpretada pela atriz Barbara Feldon. O par acabou se tornando um casal no seriado. Smart e 99 se casaram na temporada de 1970 e tiveram gêmeos.[3]

Mesmo com o término da série original, Don e Barbara ficaram ligados aos personagens.[4] Realizaram longas-metragens e filmaram para a TV uma nova série, que continuou a história dos agentes 86 e 99: no seriado, eram os pais de um jovem agente igualmente atrapalhado (interpretado por Andy Dick).











Richard Pryor
Richard Franklin Lenox Thomas Pryor (Peoria, 1 de dezembro de 1940 — Los Angeles, 10 de Dezembro de 2005) foi um ator e comediante estadunidense. Encantou o público com seu humor ácido, repleto de críticas sociais, e com sua facilidade para o drama. Casou-se por sete vezes.


Filmografia
1997 - A Estrada Perdida (Lost Highway)
1996 - Prazer em Matar-Te (Mad Dog Time)
1991 - The Three Muscatels
1991 - Um sem Juízo, Outro sem Razão (Another You)
1989 - Os Donos da Noite (Harlem Nights)
1989 - Cegos, Surdos e Loucos (See No Evil, Hear No Evil)
1988 - Mudança do Barulho (Moving)
1987 - Condição Crítica (Critical Condition)
1986 - Jo Jo Dancer, Your Life Is Calling
1985 - Chuva de Milhões (Brewster's Millions)
1983 - Superman III
1982 - o Brinquedo (The Toy)
1982 - Apuros e Trapalhadas de Um Herói (Some Kind of Hero)
1981 - Bustin' Loose
1980 - Loucos de Dar Nó (Stir Crazy)
1980 - O Hábito Não Faz o Monge (In God We Tru$T)
1980 - A Outra Face de Moisés (Wholly Moses)
1979 - The Muppet Movie
1978 - California Suite (California Suite)
1978 - O Mágico Inesquecível (The Wiz)
1978 - Blue Collar
1977 - Which Way Is Up?
1977 - Greased Lightning
1976 - O Expresso de Chicago (Silver Streak)
1976 - The Bingo Long Traveling All-Star & Motor Kings
1976 - Car Wash (Car Wash)
1975 - Adiós Amigo
1974 - Aconteceu num Sábado (Uptown Saturday Night)
1973 - Hit!
1973 - The Mack
1973 - Some Call It Loving
1972 - Lady Sings the Blues
1971 - You've Got to Walk It Like You Talk It Or You'll Lose That Beat
1970 - Carter's Army (TV)
1969 - The Young Lawyers (TV)
1968 - Uncle Tom's Fairy Tales
1968 - Violência nas Ruas (Wild in the Streets)
1967 - The Busy Body








Loucademia de Polícia
Police Academy (br: Loucademia de Polícia) é uma série de filmes de comédia lançada em 1984 nos Estados Unidos da América, e que foram um grande sucesso de bilheteria. A série deu origem a seis sequências e a série animada.












Jerry Lewis
Jerry Lewis, nome artístico de Joseph Levitch, (Newark, 16 de março de 1926) é um comediante, ator, produtor, diretor e escritor de cinema norte-americano. Iniciou sua carreira artística como parceiro de Dean Martin, formando a dupla cômica que faria grande sucesso no cinema internacional até meados dos anos 50. Divergências na concepção dos filmes e um certo ciúme profissional fizeram com que a dupla se desfizesse em 1956. A partir daí Jerry Lewis tomaria o controle de sua carreira e além de ator, trabalharia também como diretor e produtor de vários de seus filmes, alcançando grandes êxitos de bilheteria e se mantendo como um dos principais astros de Hollywood até 1966. Depois dessa data sua carreira de ator de filmes entraria em declínio. Nos anos 70 Jerry se dedicaria a seus programas na televisão americana, sempre com grande sucesso.


No cinema, ele é mais lembrado pela comédia o "O Professor Aloprado", filme de 1963, refilmado em 1996 com Eddie Murphy no papel principal.

Na versão original, o personagem desastrado de Jerry se transformava em um conquistador de mulheres, na verdade uma paródia de seu antigo parceiro Dean Martin. Em 1976, os dois se reencontrariam em um programa beneficente, por iniciativa de Frank Sinatra. Jerry contaria em uma entrevista a Larry King que se orgulhou de na hora contornar a surpresa e proferir sem querer uma grande tirada: perguntou a Dean se ele estava trabalhando...

Nos anos 80 Jerry Lewis aceitou voltar ao cinema e fazer alguns papéis dramáticos, como em "O Rei da Comédia (BR)" de Martin Scorsese. E também uma participação na série de televisão "Wiseguy" (br.: O Homem da Máfia).












Steve Martin
Steve Martin possui um estilo próprio de atuação e interpretação, e também um talento para escrever roteiros de comédias, o que lhe permitiu atingir o sucesso a partir dos anos 1970.

O início na carreira nos anos 1960 foi como escritor e ator de quadros de humor em séries de TV canadenses e estadunidenses. A virada da carreira ocorreu com a sua participação no programa de humor Saturday Night Live, onde conseguiu projeção internacional.

Com a oportunidade de fazer cinema, em 1978 estreou o filme O Panaca (The Jerk), do diretor Carl Reiner, onde interpretava um jovem branco com problemas cerebrais, que fora adotado por uma família negra. Com a popularidade obtida no filme, torna-se uma estrela do cinema, protagonizando outros sucessos de bilheteria como O pai da noiva, Cliente morto não paga e Os Safados. Em 2006 participou do novo filme da A Pantera Cor-de-Rosa, onde faz o lendário inspetor Jacques Clouseau, originalmente interpretado por Peter Sellers.


Filmografia
2011 - Doze é demais 3
2009 - Simplesmente Complicado
2009 - A Pantera Cor-de-Rosa 2
2006 - A pantera cor-de-rosa
2005 - Doze é demais 2
2005 - Garota da vitrine
2003 - A casa caiu
2003 - Looney Tunes - De volta à ação
2003 - Doze é demais
2003 - Picasso at the Lapin Argile
2001 - Droga da sedução
2000 - Crônicas de uma certa Nova York
1999 - Fantasia 2000
1999 - The Venice Project
1999 - Os picaretas
1999 - Perdidos em Nova York
1998 - O príncipe do Egito (voz)
1997 - A trapaça
1996 - O sargento trapalhão
1995 - O pai da noiva 2
1994 - Um dia de louco
1994 - Uma virada do destino
1993 - E a vida continua (TV)
1992 - Como agarrar um marido)
1992 - Fé demais não cheira bem
1991 - O pai da noiva
1991 - Grand Canyon - Ansiedades de uma geração
1991 - L.A. Story
1990 - Meu pequeno paraíso
1989 - O tiro que não saiu pela culatra
1989 - Parrot Sketch Not Included(TV)
1988 - Os safados (Dirty Rotten Scoundrels)
1987 - Antes só do que mal-acompanhado (Planes, Trains & Automobiles)
1987 - Roxanne (Roxanne)
1986 - A pequena loja de horrores (The Little Shop of Horrors)
1986 - Três amigos! (Three Amigos!)
1985 - Promessa é dívida (Movers and Shakers)
1984 - Rapaz solitário (The Lonely Guy)
1984 - Um espírito baixou em mim (All of Me)
1983 - O médico erótico (The Man with Two Brains)
1982 - Cliente morto não paga (Dead Men Don't Wear Plaid)
1981 - Dinheiro do céu (Pennies from Heaven)
1979 - The Kids Are Alright
1979 - O panaca (The Jerk)
1979 - O mundo mágico dos Muppets (The Muppet Movie)
1978 - Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band
1977 - The Absent-minded Waiter











Petter Sellers
Se tornou famoso com a série de rádio da BBC The Goon Show, antes de se lançar em uma carreira cinematográfica de sucesso. Sellers foi o mais famoso intérprete do inspetor Jacques Clouseau, da série A Pantera Cor-de-Rosa.

Sellers criou personagens antológicos como o sinistro Dr. Strangelove (Doutor Fantástico), o inspetor Clouseau e o jardineiro Chance do filme Being There ("Muito Além do Jardim"). Na vida real tinha uma relação estranha com a mãe dominadora e submeteu suas mulheres e filhos a torturas psicológicas. Em uma entrevista ele disse: "odeio tudo o que eu faço, não sei como vocês gostam".

Além dos filmes da série de A Pantera Cor-de-Rosa, também foram filmes importantes de sua carreira: The ladykillers (O quinteto da morte); Carlton Browne; The mouse that roared (O rato que ruge); I'm alright, Jack (Papai é nudista); The millionairess (Com milhões e sem carinho); Lolita; Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb (Dr. Fantástico); Cassino Royale; The party (Um convidado bem trapalhão) e Being there (Muito além do jardim).

Em 1964, aos 38 anos, Sellers sofreu uma série de ataques cardíacos (13 em alguns dias), que permanentemente danificaram o seu coração. A condição de coração de Sellers deteriorou-se quando ele diferiu tratamento médico adequado, a optar por "curandeiros psíquicos". Ele também teve um marcapasso implantado no final de 1970, o que lhe causou problemas consideráveis.

Um jantar reunião foi agendada em Londres, com os seus parceiros Goon Show, Spike Milligan e Harry Secombe, para finais de Julho de 1980. Mas em 22 de Julho Sellers entrou em colapso a partir de um ataque cardíaco em seu quarto de hotel Dorchester e entrou em coma. Ele morreu em um hospital de Londres pouco depois da meia-noite de 24 de Julho de 1980, aos 54 anos. Ele foi socorrido por sua quarta esposa, Lynne Frederick, e três filhos: Michael, Sarah e Vitória. No momento da sua morte, ele foi programado para uma cirurgia cardíaca em Los Angeles no mês.

Embora Sellers teria sido no processo de exclusão de Frederick de sua vontade uma semana antes de morrer de um ataque cardíaco em 1980, ela herdou quase toda sua propriedade um valor estimado em 4,5 milhões de euros, enquanto seus filhos, recebeu R $ 800 cada. Quando Frederick morreu em 1994 aos 39 anos de alcoolismo, Sua mãe Iris havia herdado tudo, inclusive todos os rendimentos e royalties de trabalho dos vendedores. Quando Iris Frederick morre a fazenda inteira vai para Cassie, a filha de Lynne teve com seu terceiro marido, Barry Unger. O filho de Sellers, Michael, morreu de um ataque cardíaco aos 52 anos durante a cirurgia, em 24 de Julho de 2006 (26 anos para o dia após a morte de seu pai). Michael tinha sobrevivido por sua segunda esposa, Alison, com quem se casou em 1986, e seus dois filhos.

Em seu testamento, Sellers solicitou que a canção de Glenn Miller "In the Mood" ser tocada em seu funeral. O pedido é considerado o seu último toque de humor, como ele odiava a peça.


Filmografia
The Black Rose (1950)
London Entertains (1951)
Let's Go Crazy (1951)
Burlesque of Carme (1951)
Penny Points to Paradise (1951)
Down Among the Z Men (1952)
The Super Secret Service (1953)
Our Girl Friday também conhecido como The Adventures of Sadie (1954)
Malaga (voz de 14 personagens) (1954)
Orders are Orders (1954)
John and Julie (1955)
The Ladykillers (1955)
The Man Who Never Was (1956) (voz de Winston Churchill, sem créditos)
The Case of the Mukkineese Battlehorn (1956)
The Smallest Show on Earth (1957)
Cold Comfort (1957)
Insomnia Is Good For You (1957)
Dearth of a Salesman (1957)
The Naked Truth, também conhecido como Your Past Is Showing (1957)
Tom Thumb (1958)
Up the Creek (1958)
Carlton-Browne of the F.O. também conhecido como Man in a Cocked Hat (1959)
The Mouse That Roared (1959)
I'm All Right Jack (1959) - primeira nomeação ao BAFTA de Melhor Ator Britânico, pela qual venceu
The Running Jumping & Standing Still Film (1960)
The Battle of the Sexes (1960)
Two-Way Stretch (1960)
Never Let Go (1960)
The Millionairess (1960)
Climb Up the Wall (1960)
Mr. Topaze também conhecido como I Like Money (1961)
Only Two Can Play (1962) - segunda nomeação ao BAFTA de Melhor Ator Britânico
The Road to Hong Kong (1962)
Waltz of the Toreadors (1962)
Lolita (1962)
Trial and Error também conhecido como The Dock Brief (1962)
The Wrong Arm of the Law (1963)
Heavens Above! (1963)
Light of Day (1963)
The Pink Panther (1963) - primeira nomeação ao Globo de Ouro de Melhor Ator Cômico, terceira ao BAFTA
Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb (1964) - primeira nomeação para o Óscar de Melhor Ator, quarta ao BAFTA
The World of Henry Orient (1964)
A Shot in the Dark (1964, sequência de The Pink Panther)
Carol for Another Christmas (1964)
Birds, Bees and Storks (1964)
What's New, Pussycat? (1965)
The Wrong Box (1965)
After the Fox (1966)
Casino Royale (1967)
The Bobo (1967)
Woman Times Seven (1967)
The Party também conhecido como Hollywood Party (1968)
I Love You, Alice B. Toklas (1968)
The Magic Christian (1970)
Hoffman (1970)
A Day at the Beach (1970)
Simon, Simon (1970)
There's a Girl in My Soup (1971)
Where Does It Hurt? (1972)
Alice's Adventures in Wonderland (1972)
The Blockhouse (1973)
Soft Beds, Hard Battles aka Undercovers Heroes (1973)
The Optimists of Nine Elms (1974)
Ghost In The Noonday Sun (1974)
The Great McGonagall (1975), onde ele representa a Rainha Victoria
The Return of the Pink Panther (1975) - segunda nomeação ao Globo de Ouro
Murder by Death (1976)
The Pink Panther Strikes Again (1976) - terceira nomeação ao Globo de Ouro
The Revenge of the Pink Panther (1978)
The Prisoner of Zenda (1979)
Being There (1979), segunda nomeação para o Óscar de Melhor Ator, primeira ao BAFTA de Melhor Ator, quarta ao Globo de Ouro, pela qual venceu
The Fiendish Plot of Dr. Fu Manchu (1980)
Trail of the Pink Panther &mdash póstumo (1982)
Em alguns dos filmes citados, Sellers atua somente com a sua voz.
The life and death of Peter Sellers- É um filme de 2004 que fala da vida de Peter Sellers baseado no livro com o mesmo nome. Existem muitas faltas e erros, pois não falam de algumas partes essenciais da vida de Sellers. Peter Sellers foi interpretado por Geoffrey Rush, que ganhou um BAFTA pela sua interpretação.













Monty Python
Monty Python ou The Pythons [2][3] foram os criadores e intérpretes da série cômica Monty Python's Flying Circus, um programa de televisão britânico que foi ao ar pela primeira vez em 5 de outubro de 1969. Como série televisiva, consistiu de 45 episódios divididos em 4 temporadas. Entretanto o fênomeno Python não se limitou a apenas isso, espalhando-se por shows, filmes, programas de rádio e diversos jogos de computador e livros, além de lançar seus seis integrantes ao estrelato.

Sua influência na comédia chegou a ser comparada ao impacto causado na música pelos Beatles.[4][5] Enquanto no humor britânico sua presença sempre foi nítida, nos Estados Unidos ela é especialmente evidente em programas de conteúdo absurdo como South Park, Adult Swim, trechos de Late Night with Conan O'Brien, além do programa Saturday Night Live.[6] O termo pythonesque, em tradução livre 'pythonesco', está em dicionários da língua inglesa para indiciar algo surreal ou absurdo. [7]



sábado, 22 de maio de 2010

Benjamim de Oliveira: uma vida em trânsito




O fascínio que o circo exercia (e exerce) sobre as pessoas - nos seus desejos de serem artistas, de pertencerem a um grupo “caminhante”, nas suas imagens de que a vida nômade seria oposta às pressões de uma vida de trabalho e familiar, fazia com que muitas delas fugissem literalmente com o circo. Nessa fuga há uma dobra que põe em tensão o controle e o descontrole, o voluntário e o involuntário, a consciência e a inconsciência. Como em um transe.

Muitos, como Benjamim de Oliveira, que descrevem suas fugas, passam-nos a vivência dessas situações. Em seu relato, disse que com 12 anos, em 1882, realizou seu desejo de fuga. Filho de escravos enfrentou as consequências de uma punição como negro fugido. Através de suas falas é possível verificar o conflito que vivia naquela sociedade escravocrata; e isso parece que encorajou esse garoto, apelidado de Beijo, a ponto de enfrentar o seu pai caçador de escravos. Fugir com o circo possibilitava ir na direção das fantasias de uma nova vida, bem como recusar a que vivia. Não era só uma aventura romântica, mas também a chance de (sobre)viver de uma outra maneira.

Naquele ano, uma pequena caravana de artistas locomovia-se em cima de carros de boi, pelas estradas montanhosas e esburacadas da região ao sul de Curral del Rey (atual Belo Horizonte), em direção à Cidade do Pará, antiga Vila do Patafufo, nas Minas Gerais, onde morava Benjamim. O grupo fazia parte de uma modesta companhia circense cujo diretor era o artista Sotero Villela. Após percurso pelas difíceis estradas daquela região, usadas por tropeiros, ao som do ranger lamentoso das rodas, chegou o circo à cidade, alterando o ritmo e o cotidiano.

O circo de Sotero era um rancho de taipa, construído a partir da ida à mata e cortado eucaliptos ou ipês que iriam formar o círculo de madeiras coberto por uma forração de algodão, possuindo apenas um mastro central. O dia da estréia agitou ainda mais a cidade, enlouquecendo a garotada quando saía o palhaço com a cara sarapintada, cavalgando um bucéfalo abundante de ossos. Formava-se um verdadeiro cortejo. Os seguidores eram obrigados a responder em coro os chistes da chula do palhaço, e os que gritassem mais alto recebiam uma marca no braço, para entrarem sem pagar. À noite, iluminava-se o circo com candeias de flores-de-flandres com pavios de algodão, alimentados a querosene.

Um pouco antes do circo se iluminar e do público começar a entrar, já estavam a postos os vendedores e quituteiros, com seus tabuleiros repletos de doces, sucos e bolos. Entre esses estava o moleque Beijo. Vendia broas feitas por sua mãe na porta do circo e para os artistas, o que lhe permitiu ter uma aproximação com eles.

Nascido em 11 de junho de 1870, na Fazenda dos Guardas, era o quarto filho de Malaquias e Leandra. Sua mãe, era escrava doméstica e teve todos os seus filhos alforriados ao nascer. A principal atividade da fazenda era a pecuária, entretanto, o "sinhô" era também vendedor de escravos. Relata Benjamim que seu pai era um homem terrível, que lhe surrava quase todo dia; um "negro hercúleo, enorme", freqüentemente incumbido de capturar os negros fugidos.

A sua entrada no circo não foi uma mera extensão da sua vida na Fazenda. Em suas memórias conta que pelas manhãs fazia exercícios de "bambu", também conhecido como percha. Informa, ainda, que iniciou os primeiros exercícios para saltar, orientado pelo artista da companhia, Severino de Oliveira, de quem se supõe, adotou o sobrenome.

Logo no início já estava integrado ao modo de organização do circo no período e, como tal, foi partícipe de uma tradição oral, entendida não apenas como oralidade, mas como o conjunto das memórias gestuais, sonoras, de relações sociais e culturais, do qual fazia parte, também, os afazeres domésticos e o cuidado dos animais. Teve acesso à aprendizagem de saberes e técnicas que lhe permitiram tornar-se um circense.

Após um período de aprendizagem, chegou "finalmente o grande dia" da estréia de Benjamim, em Morro Mateus Leme, próxima à Cidade do Pará, sugerindo que o tempo desde a fuga não deve ter sido muito longo. Isso permite reconhecer que, independente do lugar e do tempo, foi preparado desde o início da fuga e logo incorporado como artista. A partir da estréia, sempre um momento de transe, aprendeu e executou vários outros números de acrobacia, corda indiana, trapézio, além de ser o "palhaço-cartaz".

Depois de quase três anos trabalhando no Circo Sotero, fugiu pela segunda vez na vida.

Segundo o seu relato, mas sem explicar muito bem, diz que silenciosamente desapareceu, afirmando: "meu destino era fugir. Destino de negro...". Incorporou-se a um grupo de ciganos, não esclarecendo como isso ocorreu, apenas informando que eram ciganos caldeireiros, que, segundo ele, era uma profissão que procurava encobrir a verdadeira, a de ladrões de cavalos.

Mesmo que não fale do seu cotidiano entre os ciganos, é provável que tenha vivido uma relação escrava. Descobre por uma moça do grupo, que iriam trocá-lo por um cavalo. E, por meio de uma combinação com a menina, foge de novo, pela terceira vez.

Estava tão embrenhado pelo sertão mineiro, que teve que andar umas "sessenta léguas” para chegar a uma vila. No trajeto foi preso por um fazendeiro, que o julgou fugido de uma outra fazenda. Era comum homens e mulheres negros forros serem presos, tanto na cidade quanto nos campos, e terem que provar a condição de liberto, com o documento de alforria. Benjamim disse que, além de não ser fugido, possuía uma profissão, era circense. Não tendo nenhum documento que comprovasse a alforria, fez uma demonstração das habilidades acrobáticas aprendidas. Talvez porque a presença negra não fosse incomum nos espetáculos circenses, Benjamim conseguiu um bom resultado em sua demonstração, e foi autorizado a continuar seu caminho. Transitou. Portador de uma teatralidade circense - acervo de saberes e técnicas -, possibilitou-lhe se safar dessa situação.

A partir desse período entrou em novos canais de transes e transformações, levando-o a inúmeras experiências constituindo-se acrobata-músico-cantor-ator-diretor, ou seja, um “artista circense completo” – profissional que é ao mesmo tempo herdeiro de saberes e portador de futuro, que tem em si a capacidade de criar, inspirar e provocar mudanças.

Continuou transitando. Gravou seis discos pela Columbia Phonograph Co.; foi filmado pela Photo-Cinematographica Brasileira de Antonio Leal e José Labanca, em 1908, representando Peri na peça O Guarani, no Circo Spinelli. Transitou em 1910, com grande visibilidade nos jornais da época, quando nesse mesmo circo produziu e encenou a opereta A viúva alegre, com participação do maestro Paulino Sacramento, Baiano como ator principal e cenografia de Angelo Lazary. Numa polissemia e polifonia na produção artística circense, incorporou nesse espetáculo projeções cinematográficas em uma tela de modo simultâneo ao baile final da peça.

Apareceu de modo efetivo na produção cultural da época, junto com vários outros construtores do Circo-teatro. Contribuiu para o circo entrar em transe.

Sabendo-se disso, não é mais possível compreender a história do teatro, da música, do disco, do rádio, do cinema, da televisão, no Brasil, sem transitar pelo circo e sua teatralidade.


“Benjamim de Oliveira: uma vida em trânsito”, in Revista S/Nº - Organização: Bob Wolfenson, Roberto Cipolla e Hélio Rosas. São Paulo: dezembro de 2007.



A frase é conhecida: o Brasil não tem memória. Quando se trata dos negros a amnésia é enorme. Vou citar um caso: Benjamim de Oliveira, um dos pioneiros na arte circense da interpretação de palhaço ator, cantor, instrumentista e compositor, nasceu em Pará (atual Pará de Minas) MG em 1870, e faleceu no Rio de Janeiro RJ em 3/5/1954. Abandonou o lar ainda menor de idade e juntou-se à troupe do Circo Sotero, atuando em números de trapézio e de acrobacia. Estreou como palhaço no circo de Frutuoso Pereira (Rua João Alfredo, Várzea do Carmo, São Paulo SP), por volta de 1889.

As primeiras apresentações foram vaiadas. Depois de trabalhar em vários circos, adquiriu experiência bastante para atuar como palhaço do Circo Caçamba, então armado na Praça da República, São Paulo.Aí trabalhou aproximadamente três anos, e, em 1893, obteve o lugar de palhaço principal do Circo Spinelli, famoso na época, no qual encenou quadros cômicos extraídos de operetas e peças burlescas. Na Semana Santa, representou o papel de Cristo, com o rosto pintado de branco, uma vez que era negro. O sucesso dessa idéia de conjugar teatro com circo abriu caminho para a popularização de clássicos, como Otelo, de William Shakespeare (1564-1616), e A Viúva alegre, de Franz Lehár (1870-1948), em que reservava para si os principais papéis masculinos. Nos entreatos cantava lundus, chulas e modinhas, especialmente de seu amigo Catulo da Paixão Cearense, acompanhando-se ao violão. Deixou gravadas algumas músicas na Columbia, por volta de 1910, como o monólogo Caipira mineiro, os lundus As comparações e O baiano na rocha, este em duo com Mário Pinheiro.






Benjamim de Oliveira – Sandra Aguiar

Nas terras do Patafufo, terra altaneira
Nascia o primeiro palhaço negro brasileiro
O nosso querido Benjamim de Oliveira.

Negro forro, sangue africano
Com talentos e sede de liberdade
Fugiu com o Circo Sotero
Quando tinha apenas 12 anos de idade.

Partiu por esse mundo afora
Atrás do seu sonho verdadeiro
E foi em substituição a um palhaço
Que ele subiu pela 1ª vez ao picadeiro.

Ao responder por acaso
Descobriu sua existência na arte
Fazendo jus ao significado do seu nome
Benjamim, “filho da felicidade”.

Tentou fazer graça
Mas o povo para ele não riu
Chamaram-no de palhaço sem graça
Mas ele não desistiu.

Em uma das apresentações
Mandaram-lhe uma coroa de capim
Colocou-a humildemente na cabeça
E da plateia arrancou risos sem fim.

Foi a partir daí
Que a sua fama se espalhou
Até Floriano Peixoto, presidente da República e
amante da arte circense, ele conquistou.

Talento não lhe faltava
Palhaço, escritor, músico, ator
E como o principal nome do circo brasileiro
Benjamim de Oliveira se consagrou.

Ainda hoje é lembrado
Conhecido no mundo inteiro
Benjamim é orgulho paraminense
E também de todo povo brasileiro.

Homenageado pela São Clemente
Escola de samba do Rio de Janeiro
Nos carros alegóricos, em plena Sapucaí
Desfilaram o nosso palhaço mineiro.

“Minha existência poderia ter ficado encoberta
Pelas muitas montanhas de Minas Gerais
Se um dia uma trupe de circo não tivesse passado por lá
E se eu não tivesse deixado tudo para trás”.

Palavras sabiamente ditas
Por esse grande artista circense
Palavras que ficaram como exemplo
Para o povo paraminense.

Salve Benjamim de Oliveira
Pai do circo-teatro
Orgulho de Pará de Minas
Por nós, será sempre lembrado!

Pesquisando o Clown - por Alexandre Cartianu

Minha experiência com o Clown é, sem dúvida alguma, bastante prática. Não existe outro modo de se pesquisar a linguagem do Clown, principalmente quando falamos do Clown da Tradição Circense, que não se estuda apenas pelos livros, mas também com pesquisa de campo e contato com os artistas circenses.

Falar em Tradição Circense do Clown significa referir-se à evolução desta linguagem cômica ao longo de séculos de fazer circense na História da Humanidade. Esta tradição é transmitida sobretudo oralmente, pelas famílias circenses, que ou conservam consigo este conhecimento e produção, ou transmitem-no a outros artistas. Ainda assim, o próprio público mantém esta memória viva, do que se conclui que a dificuldade de acesso a espetáculos tradicionais de fato restringe a difusão deste conhecimento. Ainda assim, é evidente, o Circo não morrerá.

Há uma corrente que prega a distinção entre Clown e Palhaço no sentido de teatralizar o Clown e afastá-lo da Arte Circense. Por incrível que pareça, essa corrente é forte e resistente ainda hoje, apesar das tantas pesquisas e estudos sobre Clown que ela mesma produz. Grande parte dessa corrente, que deveria esclarecer o assunto com conceitos bem fundamentados, desconhece as raízes circenses e, assim, toma hipóteses como verdades práticas inerentes ao trabalho do Clown.

Em geral, os teóricos do Clown predominam como representantes dessa corrente, e classificam o Clown e o Palhaço como trabalhos distintos e distantes, criando mais dúvidas que esclarecimentos. Se pudermos colocar esse entendimento em palavras genéricas, elas seriam como se segue abaixo:

O Clown é um trabalho muito mais complexo e refinado que o Palhaço, porque o Clown é do teatro, é minimalista e sutil, e íntimo ao público através de seu olhar profundo e sincero, enquanto o Palhaço é do picadeiro, é exagerado e grotesco, faz tudo grande para ser visto por todo o público que o rodeia.

Esse entendimento me surpreende porque afasta o Clown do Circo, sua origem histórica. Tristemente, a distinção entre Clown e Palhaço contamina muitos iniciantes nos cursos de Clown, cursos que pipocaram por todo o país nos últimos anos. A própria noção de Clown de muitos professores é confusa, e várias vezes me deparei com pesquisadores orientadores pregando que Clown que se preza é MUDO! Como assim? Será um tipo novo de mímico? Eis portanto um dos motivos de se confundir o Clown com o Mímico, quando este faz cenas cômicas. Marcel Marceau, o famoso mímico francês, tem muitas cenas cômicas em seu repertório, e nem por isso ele é um Clown.

Há um grande equívoco aí, um desprezo ao fazer circense e um desprezo ao artista de família circense, que continua resistindo à falta de apoio e às sucessivas crises econômicas com criatividade e muita coragem. É como se o Palhaço da Tradição Circense fosse um trabalho sem critério nem estudo, enquanto que o Clown do Teatro, mais elitista, requeresse uma delicadeza desenvolvida através de anos de estudo acadêmico e científico, estudo restrito aos intelectuais e teóricos do Teatro.

Desconhecer a prática circense, e até mesmo ignorá-la diante da classificação acadêmica mencionada, é negar o Clown, não somente por negar sua origem como também por negar a sua essência. O Clown possui uma comicidade específica, é uma linguagem muito antiga, uma Arte tradicional, e assim merece todo o respeito.

Não diferencio Clown de Palhaço, mas não confundo o Clown com o Mímico, pela pesquisa circense que realizo. Considero a evolução histórica do fazer circense como fonte primeira da existência do Clown, e portanto, esta pesquisa é fundamental.

No Circo, as regras para o Clown são poucas e claras: o Clown é o personagem circense que traduz a criança, para a qual o Circo cria toda a sua fantasia. Seja esta criança jovem ou adulta, a fantasia de um espetáculo circense busca encontrar no público uma identificação pessoal e emocional, transportando-o para a infância comum a todos, na qual a fantasia se realiza, os sentimentos se expressam com naturalidade e a imaginação ganha vida além da limitação humana.
Não se trata de utilizar efeitos especiais – como as superproduções milionárias e shows, cujas marcas pagamos caro para consumir. O Circo, personificado nos Clowns, procura em suas apresentações fazer o público redescobrir, na vida comum e concreta, na dura e séria realidade do próprio público, o que encanta a criança em seu aprendizado dia-a-dia. Redescobrir-se, descobrindo o que um ser humano como qualquer um de nós é capaz de fazer, é um dos efeitos mágicos que o Clown tem sobre a platéia. Ele demonstra a todo instante como coisas simples e bobas da vida cotidiana podem mexer tanto com nossa humanidade.
Por isso o Circo Tradicional é e deve ser popular, deve estar próximo do povo, e tal característica faz parte da natureza prática do Clown. Engana-se quem diz que Clown não é para criança, assim como faz um outro tipo de trabalho aquele que não vê no Clown esta íntima ligação com o lúdico infantil, pois é esta uma de suas principais essências.

Quem aposta na diferenciação entre Clown e Palhaço, e considera o Palhaço tão distante do público como o seu artista-criador do saber científico, na minha opinião, também reforça o preconceito que existe em relação ao artista circense que atua no picadeiro. Infelizmente o artista de Circo é considerado por muitos um artista inculto, inferior, rústico e grotesco, sem a sensibilidade que a Arte demanda. Às vezes, é até desconsiderado como artista-criador.

Discordo desta diferenciação diante de minha pesquisa, que começou quando tive meu primeiro contato com a família tradicional Colombaioni, de palhaços italianos. É a partir da orientação dela, na pessoa de Léris Colombaioni, que comecei meus estudos sobre a Tradição do Clown. Nutro imenso respeito pelo artista circense, por seu saber notável que tanto serviu e vêm servindo aos teóricos da academia inclusive, e defendo ser o Clown da Tradição Circense tão sutil e refinado quanto qualquer outra criação da Arte Cênica. Defendo o saber circense como Ciência, que envolve tantas áreas, da anatomia humana à física, da engenharia à antropologia.

Circo e Teatro sempre se comunicaram, evoluíram juntos, compartilham diversos recursos e linguagens artísticas, dentre os quais destaco a Mímica, a Dança, a Acrobacia e a Música. Mas é fato que, com a evolução da sociedade, a produção circense modificou-se, adaptou-se, e não depende mais do picadeiro. O Circo Tradicional é, como sobrevivente secular, ligado ao seu tempo presente. Ele é contemporâneo e social. É preciso preservar a Tradição Circense, e para tanto, saber identificá-la como Arte e conhecê-la. E conhecer o Circo e o Clown implica conhecer sua prática, que cada vez mais deixa o picadeiro para se realizar nos palcos, shows, eventos, e em uma série de outros espaços, como os hospitais. Não fosse o Circo, como existiria o Clown?
Dizem ser difícil esse contato com o Circo Tradicional, e o discurso de que o Circo está morrendo, um discurso muito antigo – lembra a pesquisadora Dra. Ermínia Silva sobre a História do Circo –, certamente reforça a crença de que é difícil encontrar o Circo hoje. É difícil não sabermos o que procuramos.

Me admirei uma vez, conhecendo a autora de um desses livros de definições teóricas de Clown, quando ela confessou nunca ter visto um espetáculo de Circo. Para quem escreve livros a respeito, me pareceu bizarra a declaração, a menos que o faça somente pelo dinheiro que rende a publicação de tal tema. Neste caso, ai de nós, desavisados.
O Clown Tradicional é inconfundível quando se o conhece na prática. Pena que, às vezes, me pareça que esse Clown não interessa a tantos artistas contemporâneos como interessava há algumas décadas. É provável que a maioria, agora, procure a comicidade tão em moda do Humor Stand-Up, mas independente disso, o Clown Tradicional sobrevive. E continuará sobrevivendo, adaptando-se a outros espaços, linguagens e recursos.

Falando de acessibilidade, existem hoje circulando muitos vídeos oficiais e não-oficiais de grandes Clowns da Tradição Circense. Existem inúmeros artistas circenses na história do Cinema, em filmes e documentários bastante acessíveis, além de participações especiais em produções para a televisão e para o teatro. Este material é encontrado com certa facilidade, o que claro, não substitui assistir ao vivo um espetáculo tradicional circense, com toda a diversidade artística que o caracteriza.

Então, como se pesquisar o Clown? Como estudá-lo? É claro que a possibilidade se dá na medida do interesse do pesquisador. O material está, sim, disperso. É preciso garimpá-lo, procurar registros históricos dos nomes dos artistas, conhecer as famílias, alcançar depoimentos, documentos, notas em jornal, aparições filmadas, fotos, conhecer se possível as pessoas que estudam e praticam atividades circenses. Ainda que seja difícil ir a um Circo de Lona, só não se aprofunda no estudo do Clown quem tem outros objetivos.

Além do material circense em circulação, das referências históricas e fontes que ainda podemos encontrar, acredito que para quem não quer apenas compreender o Clown, mas sim vivê-lo, a prática é o melhor estudo. Isto porque o Clown é sem dúvida humano, infantil, cômico e popular, e busca sempre, como fim principal, o RISO do público.
Para se estudar com profundidade o Clown, o público é nossa grande referência, e seu riso nossa melhor orientação. O público espera a comicidade da imagem do Clown, e sendo assim, um Clown que não objetiva o riso não é Clown... é um outro tipo de trabalho cênico, servindo-se da estética circense apenas como apelo comercial, a exemplo de tantos livros teóricos sobre o Circo, e de tantos cursos de iniciação ao Clown que pipocam por aí.

Concluindo, portanto, o estudo do Clown requer o estudo do Circo Tradicional, de sua evolução e história, das referências da prática circense, das fontes humanas da produção circense. Estudar o Clown requer, ainda, preservar a tradição, mantendo-se fiel à verdade dos fatos e reconhecendo o mérito dos artistas circenses e sua luta pelo Circo.

Por fim, estudar o Clown requer praticá-lo, vivê-lo diante do público, para o público, pela criança. Talvez apenas assim se possa afirmar que, de fato, se estuda e compreende a Arte do Clown. Pesquiso o Clown há pouco mais de oito anos. Este é meu tempo de estudo prático, e posso afirmar seguramente que quanto mais se vive o Clown mais se aprende sobre como vivê-lo. É um aprendizado para uma vida inteira.


Clown: criação pessoal?

O processo de criação e desenvolvimento do Clown é, por muitos, considerado uma "descoberta pessoal". Concordo que a linguagem do Clown, de fato, implica um auto-conhecimento, mas questionei: é uma especificidade do Clown ser um trabalho tão pessoal? Em sendo o Clown um personagem cômico, e assim, um personagem circense completamente adaptável para o teatro, não seria pessoal a criação de qualquer outro personagem?
A partir desse questionamento, considerei também investigar outra dúvida constante: o Clown nasce por vocação individual, ou ele pode "ser criado" por qualquer pessoa, possua ou não esta pessoa uma vocação natural para a comicidade do Clown?
Neste artigo, apresento minhas impressões e opiniões pessoais sobre o assunto, que já começa com a polêmica conceituação do que é o Clown. Como entendo, o Clown é um personagem cômico e infantil, de origem na tradição e história circenses.
No Circo, evidentemente, o Clown também revela suas heranças, anteriores à estrutura do que chamamos hoje de Circo. Dessas heranças, a mais aceita por mim se refere a "personagens", pois penso ser o Clown do Circo criado e emprestado do teatro popular de rua, inspirado nas máscaras medievais da Commedia dell'Arte e nas posteriores "Arlequinadas", e até apresentado pelos artistas cômicos de rua a convite do Circo, conferindo a este seu caráter nômade. Ainda que se saiba ter o Clown muitas origens históricas, creio ser o teatro de rua uma das mais fortes possibilidades ou influências.
Aos que combatem a idéia de ser o Clown um personagem, a definição mais aceita é a de ser um trabalho de "entrega total" da pessoa do ator, revelando intimidade, flexibilizando defesas e expondo o seu ridículo pessoal. Segundo estes (que eu chamo de "acadêmicos"), o Clown é individual, é o artista "nu", e, portanto apresenta toda a sua complexidade humana aflorada à pele, nem sempre a serviço da comédia e do fazer rir, expectativas naturais do público em relação à imagem do Clown.
Todavia, não são conceituações que podem se relacionar? O estado frágil do ator exposto não sugere a este uma nova conduta, uma nova lógica individual, novas defesas naturalmente criadas, novos raciocínio e comportamento corporal? Não pode este estado ser visto como uma identidade nova, diferente da real, e que não seria de fato uma individualidade sustentável na realidade cotidiana?
Creio que podemos, sim, ver este estado de extrema vulnerabilidade e ridículo como uma identidade criada, um personagem estranho ao mundo moderno e à realidade da vida social. E na mesma medida, eu também posso aceitar que, sendo personagem pensado e concebido pelo ator-criador, é muito possível e natural que o artista empreste a esta criação muito de seu lado pessoal e íntimo. De suas expressões às experiências de vida, é o Clown, enquanto personagem, também uma criação pessoal.
Penso até que, a qualquer personagem, o artista empresta muito de si, tornando sua criação pessoal. Prova disso é, no teatro, existirem infinitas maneiras de se representar um mesmo personagem. Ainda que este não mude, em lógica, falas, ações, a realização do personagem em cena personaliza-se conforme cada artista que o interpreta.
O que considero, no Clown, ser tão marcadamente pessoal, é o meu entendimento de que, conforme a tradição circense, ele é sem dúvida um personagem infantil, e sendo a infância comum a todos nós, colocamos muito de nossa experiência infantil no Clown. Essa experiência torna cada Clown personalíssimo.
O desafio da linguagem do Clown, então, é justamente: como ser tão autêntico e espontâneo como é a criança? Eis, parafraseando Shakespeare, a questão! That´s the question!
Antes de entrar na relação com o público, e de, nesta relação, desenvolver a comicidade, criando a situação cômica e encontrando o melhor tempo cômico para o desenvolvimento de cada acontecimento, há que se ter criado um personagem – naturalmente, pessoal – que expressa com naturalidade a essência de uma criança.
Entendo o Clown como sendo nossa imagem pessoal de como vemos a criança, considerando que a criança mais familiar a nós é a nossa própria. Dentre os muitos adjetivos que relacionamos à infância, creio que o melhor deles seria "viva", pois a criança, pela espontaneidade, alegria, criatividade, curiosidade, energia, exala a vida a todo momento!
Uma criança doente não se faz tão presente assim. E não por acaso, filmes de terror costumam nos chocar com imagens de crianças "mortas". O simples pensamento deste contraste entre vida e morte, infância e fim, é absolutamente assustador.
Como então fazemos um personagem tão vivo a ponto de quase voltarmos a ser criança? Não podemos voltar. Representamos, contudo, devendo acreditar por completo em nossa criação. O Clown é um personagem que vivemos e experienciamos, talvez mais do que outros personagens teatrais, pois tentamos no Clown expressar o que admiramos na criança, segundo a nossa criança e a nossa opinião. Nesta investigação, também nos auto-conhecemos.
Investigando em nós as qualidades da infância, creio que conferimos ao Clown, além da vida, o carisma da criança, que solicita, doa e inspira instintivamente nos adultos um carinho natural cativante. Ao meu ver, esta é a essência do trabalho do Clown.
Mas não basta ser a criança. Através do Clown, buscamos na criança a expressão livre e a energia suficientes para fazer o público rir. E o riso espontâneo é outro talento da criança tão marcante em nós. O que é uma criança doente, senão aquela que não sorri? Quantas vezes não observamos maravilhados com qual simplicidade e imaginação a criança, sozinha, se diverte?
É natural da infância rir quando se está bem, chorar quando se está triste, expressar a raiva, a impaciência, a vergonha, e todos os sentimentos e estados que, à medida em que desenvolvemos defesas emocionais para a vida madura, começamos a encobrir, disfarçar, evitar que se mostrem de imediato. E assim, vamos perdendo nossa natural capacidade espontânea de expressar, de fantasiar, e mesmo de sentir. Guardamos muito, mostramos pouco, damos muito valor ao medo, e perdemos com isso nossa qualidade de vida. Em geral, vivemos menos intensamente as emoções na nossa maturidade.
O Clown, como a criança, deve ser livre para sentir, e livre para expressar. Ao ser livre e espontâneo, ele provoca no público também a expressão espontânea do riso. Entretanto, o Clown precisa – e eis mais uma dificuldade da profissão – estar acima da condição pessoal do artista, pois enquanto linguagem, o personagem Clown é essencialmente cômico, e fazer rir é seu compromisso com o público que o vê. As dificuldades pessoais do ator-criador restringem o Clown.
Ainda que personalíssimo, o Clown pode rir enquanto o artista, interiormente, sofre. Não há contra-senso, pois o Clown precisa acreditar-se vivo como criança, e sendo criança, separar enquanto está em cena os seus sentimentos de personagem infantil do universo adulto do ator-criador. Caso o adulto contamine demais o personagem, de fato, ele o perde, e assim ele não sensibiliza o público. O Clown torna-se falso, porque não é criança, mas um adulto frágil e deslocado na missão de ser cômico. Ele frustra as expectativas que a imagem do Clown desperta nas pessoas, e estas, frustradas, não riem.
Criado o Clown desse modo, tomando-se por base a vivência infantil do ator-criador, o personagem torna-se muito mais autêntico, verdadeiro, e significativo para quem o representa. Sendo um personagem tão pessoal, tão bem conhecido, o Clown tem toda a capacidade de cativar o público com seu carisma infantil, já não cabendo a pergunta: o Clown pode ser criado, ou é vocação nata?
Todos nós temos vocação para ser criança. Todos exercemos esta vocação durante a vida. Logo, o Clown pode ser criado, bem como pode ser ensinado e orientado. Ele pode ser despertado, ou descoberto, ou desenvolvido a partir de uma vocação já consciente para a Comédia.
Por ser pessoal, a criação do Clown também não segue regras tampouco modelos. Cada processo de criação é individual e único, como é cada artista e cada concepção a respeito de "ser criança". Para muitos, o Clown nasce de brincadeiras lúdicas. Outros o descobrem em vivências e cursos de iniciação, através de exercícios teatrais expressivos. Alguns também possuem muitos elementos, características pessoais, naturalmente cômicos, bastando um olhar atento que aponte o que serve ao trabalho do Clown.
Me parece bem difícil criar sozinho um Clown, pois é na relação com o outro que se faz a Comédia. O Clown sempre provoca o riso no outro, e deve agir sempre com esse objetivo. Por isso, colabora imensamente com a criação o olhar externo, desde que permita a liberdade do ator-criador e oriente sem preconceitos nem egoísmo a comicidade do mesmo artista. Não havendo, porém, uma direção específica do trabalho de criação, o que não pode faltar na construção do Clown é a orientação do público. É imprescindível submeter a criação ao julgo do riso popular, e por ter sido esta a minha experiência própria, costumo dizer que o Clown é uma pesquisa sobretudo prática.
Para se criar o Clown, ou os Clowns – nada impede, na minha opinião, que tenhamos mais de um personagem clownesco, atribuindo a todos nossa marca pessoal –, iniciamos de fato um processo de auto-conhecimento, pois identificamos a criança e suas qualidades em nós, aceitamos e experimentamos expressar nossas emoções, aproveitamos tudo o que temos, naturalmente, a serviço do riso. Nosso Clown talvez seja nossa criança, que não percebeu que cresceu.
Não acredito muito em nos fazermos "ridículos" para atuar no Clown. Não se trata de uma auto-censura, ou exibição de defeitos. Pelo contrário, vejo o Clown como uma auto-aceitação, na qual o ridículo não importa, mas sim o prazer de ser engraçado.
O meu trabalho de Clown começou a florescer quando percebi que o Clown não se tratava de rir-se para talvez mobilizar o público a rir junto. O riso primeiro surge no público, pelo prazer de ver o Clown em ação e, compreendendo, sentir o prazer do Clown em seu modo de vida. Não significa que o Clown viva no prazer, mas ele vive comicamente o tempo todo, envolvendo-se em situações cômicas. O Clown é cômico até na dor, uma dor que, a favor do riso, dura alguns segundos, e que é, visivelmente, engraçada e diferente. Este nonsense é risível, e o sofrimento, ainda que vivido pelo personagem, não dura a ponto de ser dramático.
Sobre meu processo de criação, o que posso dizer é que, depois de muito estudo, não sei quando surgiu o meu Clown, mas sei com segurança que ele não está completamente criado. Quiçá nunca estará, pois em sua vida, e na minha, ele vai se criando e lapidando.
Sou muito grato a todos os apaixonados pela linguagem do Clown, que viram comicidade em mim e, um dia, me convidaram a fazer cursos de Clown, observando: "Você tem jeito de palhaço." Ao que eu respondi prontamente: "Eu não sei se isso é um elogio ou não..." Pois sim, eu já fui um Clown muito diferente de hoje.
Agradeço aos circenses que me ensinaram generosamente a tradição de suas famílias e vidas, e até hoje acreditam que tenho condições de continuar trabalhando com e como Clown. É sempre uma honra conhecer, aprender, e merecer a confiança de artistas que admiro tanto. Graças a eles, eu continuo estudando, e procuro transmitir o que me ensinaram a outros interessados como eu.
Agradeço especialmente, e dedico meu trabalho, ao público que me orienta e incentiva. É para ele que persigo mais qualidade em cada apresentação, e procuro fazer o melhor possível. O público merece sempre um bom trabalho, rir a convite do Clown, pois para este, nenhum problema é insolúvel.

domingo, 9 de maio de 2010

Just for Laughs

Vou postar aqui alguns números do programa Just for Laughs








sexta-feira, 7 de maio de 2010

Claudio Carneiro




O número'Ne Me Quitte Pas', criado por Claudio Carneiro, foi consagrado no espetáculo "Varekai" Cirque du Soleil de 2002 a 2004.

Carneiro contou, em entrevista concedida à Folha de São Paulo que, quando foi convidado pelo Cirque du Soleil para o espetáculo 'Varekai', depois de uma seleção em 2001, decidiu não fazer apenas os números da companhia e mostrou o seu 'Ne me quitte pas'.

Convenceu o diretor e, mesmo tendo se desligado em 2004 após uma participação no musical 'Love' (também do Soleil) e um intervalo na companhia do diretor Franco Dragoni, continua recebendo direitos autorais a cada vez que o Cirque apresenta seu solo.




‘O número é de uma idiotice simples. É estúpido até', avalia, rindo, depois de um 'graças a Deus' pela 'mesada' que recebe do grupo estrangeiro.

A idiotice, orgulha-se, rendeu em 2003 uma visita de Madonna ao camarim de 'Varekai', em Los Angeles. 'Ela me falou que era o número favorito dela.' (fonte: Audey Furlaneto Folha de S.Paulo, 30/07/2008)

De volta a São Paulo desde o início de 2008, Carneiro estrelou 'A Noite dos Palhaços Mudos' adaptação de obra do cartunista Laerte que lotou os Parlapatões e recebeu quatro indicações na edição paulistana do prêmio Shell. O ator também compõe o elenco do “ O Médico e os Monstros” ambos da premiada Cia. La Mínima. 'É tudo como a minha filosofia como palhaço: mínimo de esforço, máximo de resultado. Eu sou um palhaço preguiçoso, essa é a verdade', conclui Carneiro.